terça-feira, 29 de outubro de 2013

Ventura de regresso a Ponta Delgada


Ponta Delgada recebeu hoje a terceira visita absoluta (2ª em 2013) do navio de cruzeiros Ventura, da operadora britânica P&O Cruises. Com itinerário de 15 noites iniciado em Southampton, efetuou escala Ponta Delgada num trajeto com destino às Caraíbas, onde tem previsto visitas a St. Maarten, St. Lucia, St. Kitts e Barbados.



Com 2946 passageiros e 1190 tripulantes (informação do agente Bensaúde Shipping), esteve nas Portas do Mar entre as 07h35 e as 15h15, altura em que retomou a viagem com destino a Philipsburg, capital de St. Maarten.

AIS Ponta Delgada - Fonte: Vesseltracker.com

Fonte: SpotAzores

Claramente vocacionado para o mercado britânico, o Ventura foi inaugurado em Abril de 2008, após ter sido construído nos estaleiros italianos de Fincantieri. Com 290 metros de comprimento, 36 metros de largura e 8,5 metros de calado, tem capacidade para 116 mil toneladas de arqueação bruta e transporta, no máximo, 3597 passageiros e 1230 tripulantes.


Ficha Técnica: Paulo Peixoto

Nome: Ventura
IMO: 9333175
Indicativo de Chamada: ZCDT2
Número de MMSI: 310562000
Bandeira: Bermuda
Porto de Registo: Hamilton
Operadores: Carnival Plc - Londres, Inglaterra, Reino Unido
Ano de Construção: 2008
Data de Entrada ao Activo: 28/03/2008
Estaleiro: Fincantieri - Cant. Nav.Italiani S.p.A.- Monfalcone, Italia. Casco#6132
Número de Conves- 17
Comprimento Fora a Fora: 288,61 metros
Comprimento entre Perpendiculares: 242,30 metros
Boca Máxima: 36,05 metros
Pontal: 11,40 metros
Calado: 8,50 metros
Deslocamento: 53,810 toneladas
Arqueação Bruta: 116,017 toneladas
Arqueação Liquida: 85,255 toneladas
Porte Bruto: 8,044 toneladas
Número de Cabines: 1,546
Número de Camas: 3,597
Número de Tripulantes: 1,230
Potência de Máquinas Principais: 91,930 hp (67,220 kw)
Velocidade de Cruzeiro: 22,00 nós
Velocidade Máxima: 23,00 nós
Potência de Máquinas Auxiliares: 2,250 kw
Número de Boilers: 3
Potência de Thrusters: 17,946 bhp (13,200 kw)


Webcam Ventura - Fonte: P&O Cruises

Ventura possui 15 decks com um total de 1550 cabines, 900 das quais com varanda privada. As cabines são de elevada categoria, tendo sido concebidas de acordo com as longas tradições daquela companhia inglesa. Conheça melhor este navio aqui e o seu interior aqui.


Ventura regressa a Ponta Delgada em 2014, tendo escala prevista na cidade Micaelense no dia 24 de Março.



Participe no blogue e envie-nos as suas fotos desta escala para geral@azorescruiseclub.com

Fotos do Azura em Ponta Delgada (2013/10/29)
Ventura em Ponta Delgada (2013/03/18)
Itinerário actual
Estreia do Ventura em Ponta Delgada (2012/03/19)
Memórias: Ventura
Visita a Bordo do Ventura 
Memórias: P&O Cruises  

Lista de Escalas Previstas - 2013
Lista de Escalas Previstas - 2014

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

sábado, 26 de outubro de 2013

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Atlântico Expresso: Entrevista a Rui Alegre, CEO da Portuscale Cruises

Fonte: Jornal Atlântico Expresso
Edição: 2013/09/30
Jornalista: Ana Coelho

Açores serão uma aposta muito forte a desenvolver pela única companhia de cruzeiros nacional.


Rui Alegre deu recentemente uma boa notícia a Portugal e ao mar português. Com bastante experiência no sector do Turismo, o actual CEO da Portuscale Cruises fez renascer, de entre os mexilhões do cais da Matinha, o emblemático e saudosista paquete Funchal. Para além deste navio, a frota da empresa Classic International Cruises (CIC) do já falecido George Potamianos, integrava mais navios clássicos, três dos quais passaram para a Portuscale Cruises, adoptando novos nomes: o “Princess Danae”, passou a “Lisboa”, “Arion” agora é o “Porto” e finalmente o “Athena”, que se passou a designar-se “Azores”. 

"Manter o nome do “Funchal” mas mudar o nome dos outros navios para nomes de portos portugueses, foi uma forma que encontrei para que estes navios sejam excelentes cartazes de Portugal, do Turismo e das nossas exportações pelos portos que poderão visitar”, referiu em entrevista ao nosso jornal o CEO Rui Alegre. Levantando um pouco da ponta do véu sobre o futuro do Azores, para o qual navio este empresário diz ter “um grande projecto": "Vai estar associado a um grande mercado e a um grande operador e fará cruzeiros desde a Gronelândia ao Mediterrâneo, aos mares Negro e Báltico, sendo embaixador do grande nome deste arquipélago dos Açores”

Quanto ao nosso arquipélago e à Portuscale Cruises, Rui Alegre é peremptório: “os Açores serão, no que depender de mim, uma aposta muito forte a desenvolver pela companhia. Este arquipélago tem ainda muito para dar na atractividade de trazer pessoas a estas ilhas e eu, e os meus navios, queremos contribuir para isso. O paquete Funchal virá cá, com certeza, todos os anos em um ou dois cruzeiros. Mas quero fazer mais coisas nos Açores, e estou já a estudar uma forma de poder estar nestas ilhas, com a Portuscale Cruises, de uma forma mais permanente. Espero, nos próximos meses, ter mais ideias claras sobre isso”.


Já esteve ligado, enquanto empresário a diversas áreas de actividade. Porquê agora esta ligação aos navios de cruzeiro? De onde surgiu esta vontade?
É uma pergunta muito pertinente à qual não sei se saberei responder efectivamente, mas como empresário e como gestor sempre coloquei a mim próprio a pergunta de qual seria o projecto que mais gosto e, digo sempre, que é sempre o último pois foi ao qual eu entreguei o máximo de mim, mas também é sempre o próximo porque considero que ainda faltou fazer mais qualquer coisa.
Nunca tinha estado ligado à indústria de cruzeiros ou de navegação, directamente, mas esse é um assunto que me atrai há já largos anos. Tudo o que tenha a ver com o mar e com as infraestruturas marítimas, nomeadamente os navios e tudo o que os rodeia, por visão e convicção atrai-me há mais de 15 anos.

Defende, convictamente, a viragem de Portugal para o mar?
Eu sou um pouco cáustico em tudo o que não encontro justificação e uma destas é a questão de como é que Portugal luta e gasta tanto tempo e dinheiro a descobrir clusters e outras coisas para fazer na economia, mas, num passado recente – as últimas duas décadas – deixou morrer um grande cluster como é a indústria naval. Como é que um país como o nosso que tem a maior superfície territorial marítima não tem esta indústria como o seu cluster? E falasse em chavões como a perda de competitividade face a outras regiões do mundo, mas isso, para mim, não faz sentido nenhum.
E digo isso com conhecimento de causa, pois quando entro nalgum trabalho faço o trabalho de casa e “ponho a mão na massa” e sei que Portugal tem mais que condições competitivas para ser um país na indústria naval internacional. Por isso não encontro qualquer razão para se ter posto ao lixo centenas de milhões de euros de valor económico anual que esta indústria poderia gerar.
Mais, não sei se é possível recuperar agora desta situação e, a ser possível, se houver alguns “voluntários” que queiram entregar a sua missão a um projecto da economia do mar, não sei se será possível fazer esta recuperação nem quanto esta irá custar para voltar a reestabelecer esta indústria que foi um cluster nacional.

E temos provas na nossa História que somos capazes…
Exacto! Já fomos o maior produtor de sal do mundo e já tivemos uma indústria naval gigante e mesmo uma das maiores da Europa. Já fomos nas pescas, quer nacionais quer internacionais, uma referência. Há tanta coisa em que já fomos excelentes e hoje temos zero, que penso que ficaríamos aqui todo o dia a falar sobre este assunto. Neste país há duas coisas que deveriam acontecer para que Portugal fosse em frente: uma, era haver um voto de silêncio com um imposto de contrapartida sobre a fala, ou seja, que recairia sobre quem fala e não faz; e a segunda passaria por olharmos para os activos que temos e devolvê-los à economia e à sociedade civil.


Foi com esta vontade que decidiu, em tempo de crise, empreender mais este investimento?
A palavra crise, para um empreendedor, não tem o mesmo significado do que está no dicionário. Não é possível, uma sociedade e uma economia existirem sem que haja décadas na sua história em que houve altos e baixos.
Tudo é objecto de correcções, sejam os seres humanos, sejam os objectos ou os projectos. Tudo tem ciclos e a crise nada mais é do que o ponto para se encontrar novos paradigmas e formas de desenvolvimento e inovação. Por isso, este período, nada mais é do que a altura para se criar novos agentes económicos. E o exemplo do “Funchal” é um claro modelo do que acabei de dizer. Tudo começou quando passei, um dia, no cais da Matinha e vi este navio abandonado. E repugna-me ver coisas abandonadas. Pensei como seria possível haver um património cem por cento português (pensado e criado por portugueses), cheio de mexilhões agarrados à sua estrutura e deixado à sua sorte. Foi então que senti que seria algo ideal para mim e fui procurar saber de quem era. Daí surgiu a ideia e se assim não fosse hoje o Funchal já estaria desmantelado ou em sucata num qualquer depósito nacional.

Porquê a escolha destes quatro navios (Funchal, Azores, Porto e Lisboa), em particular, para recuperar e colocá-los novamente a navegar como paquetes clássicos?
Foi uma oportunidade. Quando vi o Funchal, procurei e descobri quem estava na posse daqueles activos e que eram mais do apenas aquele que estava no cais da Matinha. No fundo, o problema estava apenas numa das embarcações, mas na prática fiquei com o problema como um todo. Sinto que estamos a fazer um trabalho fantástico.
Tudo, especialmente a bordo do Funchal, está feito em detalhe. Tudo. Desde a linha de cada uma das alcatifas que foi escolhido ao pormenor e tingida cor por cor, depois mandadas tecer até as peles escolhidas para o mobiliário, por exemplo, foi tudo montado de forma a que as pessoas que aqui estão se sintam em casa.

Foi mais um projecto ou foi o projecto?
Este foi, talvez, o projecto mais complexo que tenha tido, porque tem variáveis operacionais que eu não dominava. Hoje já conheço mais do que conhecia há seis meses atrás. No contexto hoteleiro e do mercado, a ideia que tenho é a de qualquer outra indústria com as suas especificidades com as quais já estou habituado a trabalhar.
Mas confesso, que este é um projecto especial, no sentido de que, mal entrei neste navio, senti a carga emocional e histórica, ou seja, o tanto que este navio representou para Portugal, para as ilhas e para as pessoas.
Quando cheguei a Ponta Delgada e vi pessoas a chorar quando o Funchal se aproximou do porto, fiquei impressionadíssimo. E é nestas alturas que uma pessoa pensa que realmente valeu a pena entrar neste negócio. Significa que estou a fazer alguma coisa importante.
No final de tudo digo que, o verdadeiro empreendedor e empresário – e é uma coisa que as pessoas não entendem – não faz as coisas pelo volume financeiro que este ou aquele negócio pode representar, mas sim pela glória que significa fazer algo, transformando algo, com sucesso e dignidade e valor. Por isso é que sabemos que a História se desenvolve com pessoas que, na prática, vêem as coisas e entregam-nas feitas, entregando a estas tudo o que têm.
E é esta raça de pessoas que faz este tipo de coisas. Existe pelo mundo inteiro, mas penso que Portugal perdeu muito o seu sentido aventureiro e empreendedor, dentro de portas… pois, pelo mundo fora, os exemplos de portugueses empreendedores e de sucesso não faltam. Por todo o lado, por todos os sectores e valências, existe um português muito bom, a fazer qualquer coisa. Por isso é que se diz que existe um outro Portugal fora de Portugal…


Estes cruzeiros que a Portuscale Cruises pretende realizar com estas embarcações são, em quê, diferentes da oferta que já existe feita por companhias estrangeiras?
Nós somos a única empresa de cruzeiros portuguesa e tudo aquilo que estou a fazer neste navio (Funchal), em particular, não poderia ser mais oposto do que é oferecido no mercado. O que acontece actualmente e é uma tendência crescente, - e bem do ponto de vista de quem os faz – passa por trazer as pessoas para bordo de um navio, com espaços fechados e com grandes facilidades de entretenimento e ilusões. Um mega parque de diversões, fechado, que flutua. O que faço é completamente o oposto.
Investi imenso no navio como um todo, sendo que todos os outros estarão imbuídos da mesma filosofia, ou seja, pensados no conforto dos passageiros, mas com a vontade que estes venham até ao seu exterior.
Tenho varandas com mil, dois e três mil metros quadrados no Funchal para cada um dos passageiros, pois são os decks onde se pode usufruir da navegação. Assim, quem vem para estes cruzeiros, pode encontrar três coisas: o espírito de se sentir em casa, o sentir-se em casa e a navegação. E estas não se sentem nos outros cruzeiros.
Todos os navios flutuam, mas são experiências completamente opostas. Aqui, as pessoas terminam o cruzeiro sentindo o mar e a brisa e, quase, todas as várias estações do ano.
A tripulação é fantástica e faz com que os passageiros sintam o conforto de estar numa sua segunda casa. Assim garantimos que as pessoas poderão voltar, porque se sentiram em casa.

Os produtos portugueses são uma escolha privilegiada no Funchal?
Eu costumo dizer que sou um português de convicção, não obcecado, pois acho que só se deve promover as coisas que são verdadeiramente boas e, como tal, em tudo neste navio, se sente Portugal. Desde as alcatifas – como já referi, passando pelos bens de consumo e pela tripulação, bem como o espírito que está inerente aos navios, tudo é português. Mas também sei que é uma coisa induzida, pois sei que o mercado que vai sustentar este negócio não é o português e em todos os meus menus de comida e vinhos, existe uma referência portuguesa. Sei que Portugal não é o maior em nada, mas temos, enquanto povo, algo fantástico na nossa essência: talvez sejamos dos únicos países do mundo que não tem inimigos e temos uma forma natural de bem receber.


Ao nível dos Açores, há um navio que terá o nome do nosso arquipélago. Qual é o ponto da situação deste paquete em particular e por que mares navegará este quando estiver pronto?
O Azores teve uma recuperação muito, muito intensa, ao nível técnico, durante três meses. Agora está na fase de recuperação interior. Já flutua e está a fazer um ‘upgrade’ da sua formação hoteleira e estará em operação de cruzeiros a partir de Março do ano que vem.
O Azores - sem querer avançar, por enquanto, muito, pois este é um assunto muito reservado e cujos pormenores poderão ser divulgados nos próximos dias – será um grande projecto! Vai estar associado a um grande mercado e a um grande operador e fará cruzeiros desde a Gronelândia ao Mediterrâneo, aos mares Negro e Báltico, sendo embaixador do grande nome deste arquipélago dos Açores. E aqui confesso que fiz questão que um dos navios da companhia se chamasse Azores.

Assumem nomes emblemáticos do território nacional…
Exacto. Penso que poderemos dizer que é uma contribuição por aquilo que acredito que Portugal é e pode ser. Falar do Porto, de Lisboa, do que representa o Funchal para a navegação nacional e dos Açores é fazer alusão a referências patrimoniais mundiais inquestionáveis. E o que qualquer um de nós possa fazer para levar o nome do nosso país para o Mundo acaba por ser, não só uma vontade, mas acima de tudo uma obrigação.


O nosso arquipélago, para a Portuscale Cruises, que papel desempenharão para e no crescimento da única empresa de cruzeiros nacional?
Os Açores serão, no que depender de mim, uma aposta muito forte a desenvolver pela companhia. Os Açores têm três coisas muito importantes neste contexto: são ilhas – e as ilhas são sítios para navios; são bonitas – e beleza é tudo o que uma pessoa, de férias, quer sentir e, são ilhas, realmente, património mundial. Os Açores têm muito ainda para dar na atractividade de trazer pessoas ao arquipélago e eu, e os meus navios, queremos contribuir para isso. O paquete Funchal virá cá, com certeza, todos os anos em um ou dois cruzeiros. Mas quero fazer mais coisas nos Açores, e estou já a estudar uma forma de poder estar nestas ilhas, com a Portuscale Cruises, de uma forma mais permanente. Espero, nos próximos meses, ter mais ideias claras sobre isso.

Considera viável a existência de minicruzeiros entre as ilhas açorianas?
É mais que viável. Acredito que sim.
Essencialmente para quem visita estas ilhas que têm, cada uma delas, especificidades que atraem milhares de turistas. Digo que, no meu caso, penso todos os anos vir de férias visitar os Açores, mas não consigo fazê-lo pela logística a que isso obriga. Mas quanto mais sei sobre estas ilhas apercebo-me que tudo isso é lindo de morrer. Por isso mesmo, o cruzeiro é a solução…

Há açorianos a pedir-vos para regressar aos Açores no Funchal?
Tenho recebido algumas cartas, provocações e pedidos… Acho que há muito mais para pedir e que os açorianos têm muito mais para dizer e vontade de estar no paquete Funchal nesta ligação que existe entre o arquipélago e o continente. Mas acho que ainda estamos ainda numa fase em que a maioria dos portugueses, até ver, ainda não acreditou que fosse possível o paquete
Funchal, realmente, renascer. Foram muitos anos de afastamento do navio, foram três anos em que o navio esteve ao abandono e por isso existe ainda, alguma timidez, em acreditar que é verdade e que o Funchal está de volta. E por isso, mais uma vez relembro a chegada, no início da passada semana, a Ponta Delgada. Houve pessoas que vieram a bordo e, boquiabertas, perguntaram como é que tinha sido possível fazer renascer este navio e trazê-lo, mais uma vez, aos Açores.
E disseram-me: “Afinal, é verdade!”.
Tudo o que está por detrás destes sentimentos é a cultura, a história de povo, ou seja, tudo aquilo que cria valor sem ter que estar inscrito numa folha de cálculo. Por tudo isso, sinto-me na responsabilidade de fazer tudo o que fiz e que quero continuar a fazer.


Um furnense a bordo do ‘Funchal’
Carlos Sousa, natural das Furnas, trabalha actualmente num dos restaurantes do paquete Funchal. Há 24 anos que está ao serviço da Marinha e esta é a primeira vez que está a trabalhar neste navio de cruzeiros clássico, muito embora, na antiga companhia detentora destes navios, a Classic International Cruises (CIC) do já falecido George Potamianos, já tivesse trabalhado em restaurantes do “Arion” e do “Princess Danae”. Agora, na Portuscale Cruises, sente-se, em casa. Do porto das Portas do Mar, na segunda-feira passada, não conseguiu ir até à sua terra natal visitar família e amigos. “Mas a família veio cá visitar-me e pudemos jantar aqui em Ponta Delgada. Foi bom regressar a casa, de barco, pela primeira vez em 24 anos. Vir a casa é sempre bom. Hoje (terça-feira, dia 24 de Setembro) tive o pequeno-almoço de folga”.


terça-feira, 22 de outubro de 2013

Visita a bordo do Nieuw Amsterdam

Fontes do texto:
Porto de Ponta Delgada - Facebook
Blogue Holland America Line PT

Fonte: Youtube


Depois de uma visita a este navio em Maio, o ACC voltou a efectuar uma visita a bordo do magnífico navio de cruzeiros Nieuw Amsterdam (da conhecida Holland America Line) no dia 19 de Outubro, desta feita com outros associados do nosso clube.




Mais uma vez agradecemos a diligência, disponibilidade e a constante simpatia do nosso muito estimado António Rebelo, agente da empresa Bensaúde, que nos possibilitou tal privilégio.


Inaugurado pela então princesa Máxima (agora rainha da Holanda) a 4 de Julho de 2010, foi construído nos estaleiros Fincantieri, seguindo os parâmetros da classe Signature. Com 285 metros de comprimento, 32 de boca e 7,8 metros de calado, possui 86.273 toneladas de arqueação bruta e pode atingir 24 nós de velocidade.




Com lotação máxima de 2106 hóspedes e 929 tripulantes, possui 11 decks para passageiros, com um total de 1052 cabines, 897 das quais com vista para o exterior e apenas 155 interiores.



Ficha Técnica: Paulo Peixoto

Nome: Nieuw Amsterdam
IMO: 9378450
Indicativo de Chamada: PBWQ
Número de MMSI: 246648000
Bandeira: Holanda
Porto de Registo: Roterdão
Operadores: Holland America Line NV- Seattle, Washington, EUA
Ano de Construção: 2010
Data de Entrada ao Activo: 30/06/2010.
Estaleiros: Fincantieri- Cant. Nav. Italiani S.p.A (Breda)- Venezia, Italia. (Popa). Casco#6181
                 Sestri Cant. Nav. SpA- Genova, Italia. (Proa). Casco#6181
Comprimento Fora a Fora: 285,22 metros
Comprimento entre Perpendiculares: 253,93 metros
Boca Máxima: 32,26 metros
Pontal: 10,80 metros
Calado: 8,02 metros
Deslocamento: 46,267 toneladas
Arqueação Bruta: 86,273 toneladas
Arqueação Liquida: 53,711 toneladas
Porte Bruto: 8,754 toneladas
Número de Cabines: 1,053
Número de Camas: 2,106
Número de Tripulantes: 800
Potência de Máquinas Principais: 87,014 hp. (64,000 kw)
Velocidade de Cruzeiro: 21,90 nos
Velocidade Máxima: 23,90 nos
Potência de Máquinas Auxiliares: 1,278 kw
Número de Boilers: 3
Potência de Thrusters: 4,896 bhp (3,600 kw)

Holland America Line é uma companhia com longa tradição neste mercado, muitos dos seus navios de passageiros/cruzeiros, tornaram-se outrora ícones de referência que muitos procuravam igualar. Presentemente, esta subsidiária do grupo Carnival mantém uma assinalável categoria em relação às demais concorrentes do seu segmento.


Sea View Pool

Com base nestes pressupostos, o Nieuw Amsterdam foi concebido em função desses parâmetros que primam pela qualidade e excelência, aliás dois adjectivos que são a imagem de marca da operadora. Além deste facto, procurou ser inovador ao nível das comodidades e espaços públicos, quiçá mais apelativo a uma faixa etária mais jovem. 



A nível das comodidades salientamos a diversidade de espaços atrativos, que primam pela elegância e tradicional bom gosto. 



Logo à entrada do navio o interessante Atrium gera especiais atenções, mas outras áreas facilmente encantam, casos do Ocean Bar, Queen’s Lounge, Crow’s Nest, Silk Den, Explorations Café ou a bonita zona de lojas denominada Shopping Arcade. Mas vamos por partes.


Lustre - Atrium

No Atrium, um elemento para o qual os passageiros param sempre para admirar é o lustre projectado por Gilbert Lebigre e Corinne Roger, um bloco translúcido elaborado para espelhar o horizonte de Nova Iorque e a sua reflexão alongada no porto em duas perspectivas. Altera suavemente as tonalidades à medida que vai rodando. Esta obra-prima domina a atenção no Atrium que tem a altura de três decks. A melhor visualização ocorre a partir da escadaria circular de vidro que conduz desde a recepção aos "guichets" de excursões em terra, para o Pinnacle Grill e o Ocean Bar.



Um mural com o movimentado cais da cidade no Explorer Lounge é outra emblemática peça do navio e que vai dando a perceber o investimento de milhões nas obras de arte. Olhando de perto para o mural, verá do que se compõe os arranha-céus inteligentemente desenhados.


Mural - Explorer Lounge



Por seu turno o Clube Hal, a sala de jogos da juventude, ostenta um autêntico Cab de Nova Iorque (Táxi), um carrinho típico de cachorros quentes, entre outras surpresas.


Showroom at the Sea

Mas, pela grandeza e no que diz respeito a entretenimento o convidado leva normalmente no coração o "Showroom at the Sea", é a estrela do deslumbre, é o local da Broadway dos mares. Três decks de altura e amplo, vermelho e preto, puro luxo. Os shows são produzidos pela Stiletto Entretainment de Los Angeles que favorecem a escolha de artistas experientes e com vários créditos na "Broadway". Seis grandes cantores para além dos 4 habituais vão fazê-lo sentir-se especial. Simulação de bandas de garagem, com automóveis e motos em palco. Dança, palco rotável e com elevadores tornam os espectáculos... espectaculares, a um ritmo frenético como gosta a cidade que nunca dorme, ora chamada Nieuw Amsterdam... New York!


Showroom at the Sea

Outros tributos a Nova Iorque observam-se numa grande escultura metálica de maçã (Big Apple). Em homenagem ao Radio City Hall, dançarinas de cabaré com pouca roupa balançam em aros de ambos os lados do Showroom of the Seas.


Pinnacle Grill

A discoteca Northern Lights, foi projectada para se assemelhar a um bar de gelo nas afamadas noites de auroras boreais no tradicional destino do Alaska que a Holland America Line tão bem explora. As luzes criam um ambiente semelhante às auroras e as mesas são ecrãs interactivos.


Northern Lights Disco

The Queen Lounge atrai na tarde-noite os convidados (os passageiros são assim tratados pela HAL) com o seu estilo cabaré e onde é grande a proximidade com os artistas.
No Culinary Arts Center, aprendem-se a preparar os pratos do Le Cirque (State of Art na cozinha da HAL), estão livres de custos e incluem uma amostra "saborosa". 



Também não existe nenhuma taxa para as aulas de informática na Oficina Digital, nem para a seleção de DVDs para assistir filmes no seu camarote.


Manhattan Restaurant

Ao nível da restauração especial relevo para o Manhattan Restaurant, restaurante principal do navio, que além de ser um local privilegiado para os hóspedes se deliciarem com especialidades culinárias gera uma peculiar ambiência a bordo. 


Manhattan Restaurant

Abre para o jantar em mesas atribuídas (duas sessões), com flores frescas a decorar todas as mesas. Esta sala de jantar encontra-se a ré e oferece uma vista em 3 direcções para o oceano: popa, bombordo e estibordo. A decoração é inspirada no ambiente de uma churrascaria Manhattan, detectável pela  sua decoração vermelha e cinza.


Manhattan Restaurant

Também os restaurantes temáticos Caneletto, Lido, Tamarind estão muito bem concebidos.


Tamarind

O Tamarind, é uma opção de jantar pan-asiático ($15 por refeição), o ambiente está agradavelmente concebido e situado no último deck com uma soberba vista. 


Den Silk

Junto ao Tamarind está outro espaço lindo: o Den Silk. Foi feito e localizado para ser intrigante e para se usufruir de uma vista para o mar e dos portos de escala.



Para um jantar "casual", o buffet Lido está disponível por largas horas, fica junto à piscina "Terrace Grill". Estas refeições bem como fatias de pizza estão disponíveis das 6h30 até à meia-noite. Possui estações separadas para saladas, sanduíches, pratos quentes, iguarias asiáticas e sobremesas. O tempo de espera é mínimo e controlado por si. Excelente organização por um espaço extenso.



Encontrar uma mesa disponível dentro do Lido, pela popa com vista mar ou junto das piscinas centrais nunca será um problema. É nesta pequenas coisas que verificamos o rácio de espaço disponível por passageiro e vamos entendendo o que significa Signature of Excellence.


Lido

Atenção ao restaurante italiano Canaletto, que tem tido um assinalável sucesso e para o qual pode ser um desafio reservar uma refeição. Este local atraente localiza-se numa esquina à frente do Lido. Sempre com toalhas brancas e rosas frescas.



Os Modelos de navios grandes e pequenos continuam a ser uma tradição da Holland America Line  O toque clássico pode ser encontrado em forma de murais em Delfts Blauw.  Tal como em outros navios da frota, um divertido passeio com áudio pelas obras de arte está disponível a partir da biblioteca. O passeio a pé demora 40 minutos e faz uma excelente introdução à disposição decorativa do navio, bem como a sua excepcional  colecção de arte.


Lido Pool

Junto da Lido Pool foi criado um espaço diferente, designado Cabana Club, que se caracteriza por um conjunto de 22 “cabanas”, alugadas ao dia, e onde os passageiros podem desfrutar do sol, acompanhados por uma taça de champanhe, chocolates, fruta fresca ou saborosos cocktails. 


Cabana Club

Cada espaço está mobilado com espreguiçadeiras, mesa e cadeiras, o seu aluguer por dia varia  entre $30 a $115, ou por semana entre $199 a $449. Nas Caraíbas esgota sempre e é necessário reservar com antecedência.


Piscina de Hidroterapia

O Spa Greenhouse Nieuw Amsterdam, na proa, Deck 9, oferece todos os tratamentos habituais, além de uma inovação: a massagem de bambu. O Spa possui uma relaxante vista para o mar, está equipado com piscina de hidroterapia e suite termal com camas aquecidas de cerâmica. Um ginásio bem equipado e um piso para exercícios ocupa um espaço amplo do spa.



O Casino sempre movimentado é ladeado com bares, inclui o Bar do Casino, um popular bar de desporto com ecrãs a visionar via satélite os principais jogos de várias modalidades.


Casino

Todas as noites, no Piano Bar,  fiéis ouvintes reúnem-se em torno do piano para cantar em conjunto belos, velhos e novos temas. Neste espaço participativo e emotivo criam-se amizades para a vida. Um "must".


Piano Bar

Com a excepção do convés 11 onde está o Crow Nest e Exlorations Café, a Internet e a biblioteca, as salas públicas estão agrupados nos Decks 2 e 3. 



Neles encontrará o Screening Room, confortável sala de poltronas para visionar filmes e comer pipocas, um shopping aberto, projectado em open-space e que vende artigos com o logótipo da Holland America Line  jóias, perfumes e um duty-free de bebidas alcoólicas. 


Upper Promenade

A clássica promenade com piso em teca circunda o navio no deck 3, para o deleite dos caminhantes, para respirar o ar do mar e ouvi-lo. Os admiradores do sol também podem usufruir de espreguiçadeiras em madeira com almofadados que lhe vão lembrar os bons velhos tempos. O "sabor" da Holland America Line.



O navio é um dos protagonistas de uma série televisiva de 10 episódios da estação Holandesa MAX TV, que pode rever aqui. Os primeiros 5 episódios da Een Wereld op Zee (Um Mundo no Mar) passam-se a bordo do Rotterdam, enquanto ss restantes 5 episódios passam-se precisamente a bordo do Nieuw Amsterdam.



Nieuw Amsterdam foi um navio que deixou uma boa impressão a todos os que nos acompanharam neste visita, aliando uma qualidade de serviço exemplar à excelência das suas áreas públicas.

Fotos Visita a bordo do Nieuw Amsterdam (2013/10/19)
Fotos Visita a bordo do Nieuw Amsterdam (2013/05/09)
Nieuw Amsterdam em Ponta Delgada (2013/10/19)
Nieuw Amsterdam em Ponta Delgada (2013/05/09)
Memórias: Holland America Line
Página Oficial do Nieuw Amsterdam